A exigência do cuidado e anulação de si mesma
- Roberta Rocha

- 8 de jun.
- 1 min de leitura
Desde cedo, meninas são ensinadas a cuidar. Brincar de boneca, ajudar nas tarefas, sorrir sem reclamar, falar baixo para não incomodar.
Muitas mães de meninas desejam (conscientes ou não) que suas filhas sejam
reconhecidas como “boazinhas”.
Quando crescem, as meninas repetem o padrão. A lógica de: amar, servir, sustentar, mesmo cansadas.
Ainda é dito por aí que “meninos são mais agitados” e “meninas são mais
boazinhas”. Mas não é instinto.
É aprendizado.
É socialização.
E tem consequências.
Na infância, muitas meninas perdem a espontaneidade, deixam de correr,
saltar, explorar, cair, jogar bola.
Na vida adulta, a mulher identificada com a função de cuidar se torna objeto. Está exausta emocionalmente. Tem dificuldade de reconhecer o que sente, o que precisa, o que deseja para além de servir.
Essa lógica de cuidado compulsório não é dom. É estrutura. E se é estrutura, é estruturante.
Mas, Roberta, o que podemos fazer? Nomear. Denunciar. Questionar. Conversar com outras mulheres.
E, principalmente, reaprender:
Cuidar pode ser bonito, sim.
Mas não à custa de si mesma.
A partir de muita escuta e reflexões acerca do cuidado e da exaustão das mulheres vamos abrir um grupo terapêutico gratuito para mulheres que cuidam, na Teia de Saberes.
As inscrições serão abertas em breve.
Acompanhe por aqui a divulgação.
Marque uma mulher que pode se beneficiar deste conteúdo.
Texto escrito por Roberta Rocha para Teia de Saberes 🕸️🧡
















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