Os tesouros que deixamos pelo caminho
- Roberta Rocha

- 16 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

Na velocidade em que as coisas acontecem aqui nesta rede social, não sei exatamente quando encontrei Ediane, mas sei que, desde então, paro para escutar o que ela diz, para não perder a preciosidade que ela entrega generosamente sobre trauma.
Não se trata daquelas receitas prontas ou experiências catárticas que, na prática, podem ser efêmeras. Ela entrega amor, esperança e a possibilidade de reparação.
Ler o seu livro, ouvindo sua voz narrando sua história, ora apesar, ora por causa dos traumas, foi uma experiência intensa e densa.
Ressoaram aqui algumas situações e sensações corajosamente narradas por ela, sobre ela. Toda menção à vergonha me tocou profundamente.
Lembrei de uma prova oral de ciências em que eu sabia as respostas, mas minha gagueira na época não me deixou responder. A professora esperou o final da aula, que todos saíssem da sala, e fez a prova oral comigo. Naquele momento, o que ficou em mim foi: “De que adianta responder agora, se não tem ninguém para ver que eu sei?”
Foi no processo de cuidar de mim, de diferentes formas, que lembrei da frase da minha professora após a prova: “Mais importante do que outra pessoa saber que você sabe, é você reconhecer que sabe”.
Poder revisitar caminhos vividos, onde houve traumas, e buscar os tesouros perdidos, reconhecendo aquilo que não foi tocado pelo trauma, é um processo.
Ser uma possibilidade, um amparo, uma ponte para este caminho de reparação, é uma das coisas mais bonitas e difíceis que me proponho nesta vida.
Obrigada, @edianeoribeiro por ser também uma ponte para este caminho de cuidar de si e do outro com amor e responsabilidade.
Roberta Rocha
Psicóloga de meninas e mulheres | Terapeuta de casais e famílias | Facilitadora de encontros entre mulheres










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