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Desconfortável com o pacto da branquitude


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É preciso estar desconfortável o tempo todo com o pacto da branquitude para se posicionar como antirracista.



Quanto mais consciente eu fico, mais desconfortável eu me sinto. Aprendi com Cida Bento, em O Pacto da Branquitude, que o silêncio e a omissão são exatamente o que mantêm essas estruturas em funcionamento.



Djamila Ribeiro, em Pequeno Manual Antirracista, reforça que ser antirracista exige compromisso cotidiano e coragem para questionar privilégios, inclusive aqueles que nos atravessam de forma tão naturalizada que quase passam despercebidos.



Sueli Carneiro, em Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil, nos lembra que nada disso é acidental, mas resultado de um projeto histórico de marginalização. Ela argumenta que “o racismo no Brasil é alimentado por mecanismos sutis e perversos, que se disfarçam na ideia de democracia racial, mas que mantêm intactas as desigualdades.”



O caminho que escolhi é ler a história pela perspectiva das mulheres negras. Como Djamila sugere, valorizar a produção intelectual e artística de pessoas negras amplia a minha escuta na atuação como psicóloga. Isso também me faz votar conscientemente em mulheres negras, fortalecendo políticas públicas que promovam reparação e justiça social, como enfatizam Cida Bento e Sueli Carneiro.



Compartilho com vocês alguns dos livros, muitos deles com resenha no feed, que me acompanham nessa escolha consciente. São obras que ampliam perspectivas, questionam a história, desestabilizam privilégios e nomeiam violências que tantas vezes foram silenciadas.



Roberta Rocha


Psicóloga feminista, dedicada a escutar, pesquisar e escrever histórias sobre mulheres.

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