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Nenhuma menina deve ser mãe

A música Uma Menina da @negrali é, em si, uma denúncia estrutural, nos convoca a um lugar incômodo.




Negra Li canta sobre a trajetória de uma menina que cresce atravessada pela violência, pela falta de proteção do Estado, pela desigualdade social, e pela imposição de “amadurecer antes da hora” tendo como troca uma infância roubadq, quando deveria ser preservada e protegida.



Viver no Brasil é sobreviver às distopias.



E nenhuma delas é ficção. Elas têm nome, endereço e idade, um “fruto verde” mirado por adultos maduros… como diz a música.



Penso no quanto essa música poderia ser biografia de tantas meninas brasileiras.



Este país que diz defender a vida enquanto escolhe quais corpos merecem viver. E, quase sempre, os corpos das meninas e das mulheres seguem no lugar de controle, culpa e punição.



Quando o Estado tenta legislar sobre o direito ao próprio corpo, ele não está falando de vida — está falando de poder. Não está interessando em outras políticas públicas para cessar a violência contra meninas e mulheres



Está reforçando a lógica que Negra Li denuncia: a lógica que abandona, silencia e responsabiliza quem mais precisava ser protegida.



Por isso, é urgente repetir:



Nenhuma menina deve ser mãe.




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