Quem te ensinou a desejar?
- Roberta Rocha
- 8 de set.
- 1 min de leitura
Quem te ensinou a desejar?
Vicky, a protagonista, é trocada pelo ex e mergulha em culpa, comparação e autoajustes.
Ela se pergunta: “O que há de errado comigo?” como se o fim de um relacionamento fosse um atestado de fracasso.
Mas não é só Vicky.
Quantas de nós já sentimos que precisamos nos adaptar para sermos escolhidas?
Quantas vezes nos afastamos de nós mesmas para caber no que esperam da gente?
Na terapia, Vicky começa a se escutar. E percebe que talvez seja possível desejar outras coisas, outras formas, outros caminhos.
Mas esse processo não é linear. É conflituoso e profundamente necessário.
Desejo não é sobre merecer.
É sobre se reconhecer.
E desejos não precisam se resumir a ser amada por uma pessoa exclusivamente numa relação. Talvez desejar e ser desejada não precise ser tão complexo.
Até porque desejo não é sinônimo de um único tipo de amor.
Desejo, antes de corporificar, habita a sutileza da alma.
Falar de desejo é também falar sobre como aprendemos ou fomos ensinadas a encontrar nosso desejo separado de nós.
E se tivesse uma resposta certa para a pergunta “quem te ensinou a desejar?” para mim seria: as mulheres que vieram antes, aquelas que ousaram não aprender a desejar pela imposição, que habitaram lugares perigosos para que hoje pudéssemos questionar e ampliar o que é desejo.
Texto de @robertarochapsicologa para Teia de Saberes
Comentários